Tendências de consumo, conexão com o público e o novo papel da inteligência artificial no branding

Entenda como usar a inteligência artificial de forma estratégica no branding, acompanhando as tendências de consumo e fortalecendo a conexão com o público de forma autêntica.

NEUROMARKETING E TENDÊNCIASESTRATÉGIA DE MARCA

Mariana Belchior

4/14/20253 min read

A inteligência artificial se tornou uma aliada poderosa para os negócios. Gerar imagens realistas, automatizar tarefas operacionais, produzir conteúdo em escala - tudo isso agora está ao alcance de qualquer empresa.

Esse avanço otimiza tempo e nos permite concentrar energia no que realmente importa: estratégia, criatividade e conexão humana.

Mas aqui entra uma provocação importante: se todos têm acesso às mesmas ferramentas, como construir uma marca que se diferencia de verdade?

Quando tudo parece similar...

A IA oferece soluções impecáveis - e é justamente essa perfeição que começa a tornar tudo… parecido. O excesso de conteúdos visualmente similares faz surgir uma nova tendência de consumo: o resgate da autenticidade e da presença humana nas marcas.

É importante lembrar que a criatividade é um atributo essencialmente humano.
A IA pode executar com maestria, mas quem direciona, escolhe, combina e interpreta é a gente. Sem repertório, sem visão estratégica, sem identidade de marca, a IA só replica o que já existe.

E se usamos as mesmas referências, as mesmas trends, os mesmos inputs… o resultado será, inevitavelmente, parecido com o de todo mundo.

Por isso, mais do que nunca, ter criatividade virou um ativo estratégico.
Saber escolher as referências certas, combiná-las de forma original e com intencionalidade, é o que permite com que a gente trabalhe a favor da diferenciação - e não da mesmice.

Nesse cenário, a criatividade deixa de ser apenas uma habilidade. Ela se torna ferramenta de direção estratégica para marcas que querem se destacar de verdade.

Por isso, algumas empresas estão indo na contramão do genérico, trazendo artistas, criadores e experiências reais para as campanhas. Não como rejeição à IA, mas como complemento estratégico. Afinal, o toque humano ainda é o que gera emoção e conexão com o público.

Cultura, contracultura e o ciclo do comportamento de consumo

Toda cultura, em algum momento, gera uma contracultura. Quando a tecnologia se torna regra, o artesanal vira exceção valiosa. E isso não é novo: já vimos esse ciclo em diversas fases da sociedade.

No consumo, isso se traduz assim: a busca por velocidade e escala convive com o desejo por experiências personalizadas e verdadeiras. A inteligência artificial não exclui esse desejo - ela só reforça o valor do que não pode ser automatizado.

O cérebro quer facilitar. E está tudo bem com isso.

Pela neurociência é fato que nosso cérebro é programado para economizar energia, ou seja, ele sempre vai priorizar o caminho mais fácil. E é por isso que a IA faz tanto sentido no nosso dia a dia.

Automatizar tarefas, gerar insights, organizar ideias: usar a IA para ganhar tempo e eficiência é uma escolha estratégica inteligente. O problema surge quando terceirizamos também aquilo que exige conexão emocional, empatia e escuta ativa - atributos que nenhuma tecnologia pode substituir.

IA como aliada do branding: onde ela entra e onde devemos estar atentos

No universo do branding, a IA funciona muito bem para:

  • Organizar dados e insights do público

  • Produzir conteúdo base para ajustes estratégicos

  • Otimizar processos internos e fluxos de trabalho

Porém, não podemos esperar que ela crie sozinha as estratégias de diferenciação de marca. Porque:

  1. É replicável: o que você faz com IA, seu concorrente também pode fazer.

  2. É impessoal: o conteúdo gerado pode perder nuances emocionais, afetando a conexão com o público.

A força de uma marca está na sua capacidade de inspirar, emocionar e gerar identificação. E isso ainda é, e provavelmente sempre será, território humano.

O futuro do consumo valoriza o equilíbrio

As tendências de consumo apontam para uma nova lógica: marcas que unem eficiência tecnológica com verdade humana. Que sabem automatizar onde faz sentido - e personalizar onde é necessário.

A inteligência artificial é uma ferramenta valiosa para facilitar decisões, economizar tempo e dar suporte estratégico. Mas a construção de marca é - e deve continuar sendo - uma jornada genuinamente humana.

Tecnologia a favor da conexão

Usar IA não é se robotizar - é ser estratégico. É usar o tempo economizado para escutar melhor, criar com mais intenção e se conectar com profundidade.

No branding, o que diferencia não é o quanto você usa IA, mas como você escolhe usá-la para potencializar aquilo que só você tem: sua visão, sua essência, sua forma única de se comunicar com o mundo.

A estratégia de marca não é sobre seguir tendências, mas sobre compreender o comportamento do consumidor e responder a ele com autenticidade. E, nesse novo ciclo, a autenticidade é o maior ativo que uma marca pode ter.